Montanhista vê falha de guia em trilha na Indonésia e destaca planejamento de brasileira que sofreu acidente

  • 24/06/2025
(Foto: Reprodução)
Aretha Duarte, a primeira mulher negra latino-americana a escalar o Monte Everest, afirmou ao g1 que Juliana demonstrou responsabilidade ao fazer o que era esperado de um turista que busca visitar o vulcão Rinjani. Contudo, a especialista apontou falhas graves na condução da trilha e na resposta ao acidente. Acidente completa 72 horas, e socorristas ainda tentam resgatar brasileira na Indonésia A montanhista profissional Aretha Duarte, primeira mulher negra latino-americana a escalar o Monte Everest, afirmou que Juliana Marins, brasileira de 26 anos que está há mais de quatro dias presa em um penhasco no Monte Rinjani, na Indonésia, demonstrou responsabilidade ao planejar a trilha que faria. Para Aretha, a jovem não fez nada de errado e tomou as precauções necessárias ao contratar uma agência e um guia local. Segundo a montanhista, houve falha do guia na condução do grupo pela trilha, visto que a família de Juliana afirmou que ele abandonou a brasileira durante 1 hora. Ao g1, Aretha afirmou que as pessoas não podem criticar uma mulher apenas por viajar sozinha e buscar realizar seus sonhos. “Ela pensou sim em segurança. Por ela ter escolhido uma agência, um guia, estar em grupo, eu entendo que sim, houve um mínimo de planejamento para ela realizar a atividade”, disse Aretha. “Viajar sozinha por países da Ásia significa que ela é uma representante de liberdade, uma representante de independência. Então, absolutamente, é importante que mulheres se sintam realmente no direito de realizar a viagem que elas bem desejarem”, completou Aretha. Juliana Marins durante sua viagem para a Ásia Reprodução De acordo com a especialista, o principal erro cometido por turistas nesse tipo de trilha é a falta de acompanhamento profissional. "Ela contratou uma agência e contratou um guia, ela estava com certeza considerando receber orientações e uma rede de apoio de pessoas experimentadas, suficientemente certificadas para que pudessem ofertar segurança", comentou a montanhista. Juliana caiu de um penhasco de cerca de 500 metros de profundidade no sábado (21), após ficar para trás do grupo, quando pediu ao guia para descansar durante a trilha. Em uma postagem nas redes sociais, Mariana Marins, irmã de Juliana, deu detalhes sobre a queda. Segundo ela, Juliana estava em seu segundo dia de trilha, quando disse que estava cansada para continuar. "O guia falou: 'então descansa' e seguiu viagem. A gente tinha recebido a informação que o guia tinha ficado com ela, que ela tinha tropeçado e caído. Não foi isso que aconteceu. O guia só seguiu viagem para chegar até o cume. Juliana ficou desesperada porque ninguém mais voltou e caiu. Abandonaram Juliana", disse Mariana. Ela foi localizada por drones, mas o resgate vem enfrentando dificuldades devido à neblina densa e ao terreno acidentado. A jovem está imóvel, presa a uma parede rochosa, sem acesso a água, comida ou abrigo. Falha do guia Apesar do planejamento da jovem, Aretha criticou a conduta do guia que a deixou sozinha na trilha, em um local de pouca visibilidade e instável. "A atitude do guia de se separar de um ou outro participante está incorreta. Se começaram em grupo, precisam terminar em grupo. Todos precisam manter contato visual e orientação pela pessoa mais experiente do grupo, que no caso era o guia", explicou Aretha. Mapa mostra onde Juliana caiu' Reprodução/TV Globo Aretha destacou que, em trilhas de alta dificuldade, é comum haver diferentes ritmos entre os participantes, mas que cabe ao guia garantir a coesão do grupo. "Se não é possível todo mundo manter o ritmo mais forte, todos precisam seguir o ritmo do mais lento para seguirem juntos e em segurança", analisou. Falta de coordenação pode custar vidas A irmã de Juliana usou as redes sociais para dizer que o resgate seria retomado no início da noite de segunda-feira (23) no Brasil e início da manhã na Indonésia. Um brasileiro que está acompanhando a situação no local afirmou que o tempo estava limpo. Juliana chegou a ficar mais de 24 horas desaparecida no desfiladeiro. As buscas estão no 4º dia de operação. Aretha criticou a lentidão e a desorganização nas ações de resgate. "O tempo realmente pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Se a equipe não tem condição de fazer o resgate imediato, é necessário acionar as autoridades locais, bombeiros, embaixada, seguro de viagem", comentou. A montanhista cobrou responsabilidade da agência contratada por Juliana. "Existe uma responsabilidade civil inerente à atividade. Era importante que a agência tivesse a responsabilidade pelas demandas referentes ao acidente, imediatamente, o quanto antes”, analisou Aretha. LEIA TAMBÉM: Monte Rinjani, onde brasileira caiu em trilha de vulcão, registrou pelo menos 3 mortes em 3 anos Brasileira que caiu em vulcão na Indonésia foi abandonada em trilha por mais de uma hora antes do acidente, diz irmã Caso Juliana Marins: ataque do Irã fecha espaço aéreo no Catar e deixa pai parado em aeroporto Veja o que se sabe e o que falta esclarecer sobre a brasileira que caiu durante trilha em vulcão na Indonésia Alpinista que foi dar apoio no resgate da Juliana Marins mostra acampamento e equipamentos em trilha na Indonésia; vídeo Trilha de mais de dois dias e um dos vulcões mais difíceis de escalar da Indonésia: como é ponto turístico onde brasileira caiu Esperança pelo resgate Apesar da gravidade da situação, Aretha, que em 2024 chegou ao cume do Monte Kilimanjaro, o ponto mais alto da África, enviou uma mensagem de apoio à família da jovem. A profissional acredita que ela possa ser resgatada com vida. "Continuemos com fé e tentando mobilizar o máximo de pessoas e autoridades para que o resgate aconteça. A Juliana já demonstrou ser uma mulher muito corajosa. O salvamento dela é importante para todo o nosso país", finalizou Aretha. Aretha durante aclimatação, uma das etapas da expedição ao Everest Gabriel Tarso Juliana Marins, natural de Niterói (RJ), está em viagem pela Ásia desde fevereiro. Ela já passou por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia. A família segue cobrando agilidade das autoridades locais e brasileiras para concluir o resgate. 📸Clique aqui e siga o perfil do RJ1 no Instagram ✅Siga o canal do g1 Rio no WhatsApp e receba as notícias do Grande Rio direto no seu celular!

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/06/24/montanhista-experiente-avalia-acao-de-guia-e-planejamento-de-brasileira-para-subir-vulcao-na-indonesia.ghtml


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